
Eu nunca fui bom com cores, mas ainda assim me recuso a ficar alheio frente ao verde dos teus olhos colorindo o castanho dos meus antes de dormir... ou às palavras doces que saem da tua boca e chegam aos meus ouvidos ainda quentes, me contando sonhos que um dia hei de ter.
E no exato momento em que minhas mãos se perderem em cada curva do seu cabelo, já espalhado sobre o velho travesseiro, será o sinal pra que tua existencia se faça pintura, foto, te faça um palco...onde suspiros, e sorrisos farão que teus lábios, no 2º ato de uma peça qualquer, me eleve ao ponto mais alto de um encanto tão sufocante que do proprio encanto, só reste o pó, frente a ti.
Dessa forma poderei dormir... e em paz, sonhar, com aquele momento em que a poucos centímetros dos meus olhos, os teus chamam os meus lábios pra perto... um pedido explicito da tua pele, necessitada do toque da minha mão repousada no teu rosto em sinal de proteção, pra que então o toque sutil dos lábios transformem o mundo em nada, em uma grande massa cega, uma terra muda...até recusarmos ouvir o toque do despertador barato largado em cima do criadomudo, como um ponto de partida pra que o mundo real seja reconstruido antes mesmo que possamos nos dar conta.
Porque quanto mais perto, quanto mais lindo, quanto mais nossa... essa vida nunca passa de um sonho
...um sonho que sonho só... um sonho que sonho... e só.
O Vendaval (ventando em outros ares e levando o que restou)
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