domingo, 19 de setembro de 2010

Vergonha [Musical] Nacional

O que que está acontecendo com os prêmios da música brasileira?
Quem foi a mente brilhante que inventou que votação popular é o meio mais democrático de se escolher os melhores?
Confesso que depois das premiações que vi nas últimas semanas (Multishow e VMB), confesso que temi pelas eleições que estão por vir.
Fico feliz de não ter sido uma indignação solitária, e que grandes críticos da música, além de celebridades de outros ramos artísticos também mostraram seu descontentamento ficando ao lado dos que vaiaram e chingaram a poluição visual/musical que tem se instalado na internet e nas rádios das famílias brasileiras.
Isso serviu para mostrar que o sistema de votação ainda é falho, afinal, uma determinada banda / cantor / cantora, pode ser votada centenas de milhares de vezes por um fã fanático, enquanto os intelectos da música que talvez por piedade resolvem dar seu veredito, vão e fazem essa seleção uma única vez, votando único e exclusivamente pra eleger seus favoritos e não forçando a eleger um vencedor.
Confesso que me envergonhei do prêmio Multishow não só por alguns dos seus vencedores, mas pelas críticas ferrenhas que li sobre a apresentação do prêmio em si, já o VMB fiquei realmente muito chateada com a monopolização da banda Restart, que não passa de meninos barulhentos, que só cantam bem porque editam a voz, porque quando cantam ao vivo são um desastre.
As coisas boas que soube do VMB (além da vaia e dos chingamentos que os coloridos levaram), foi saber que Pitty veio pra mostrar que não foi um fenômeno de momento, e que os amantes do verdadeiro rock ainda existem e vêm nela uma pessoa que veio pra ficar no cenário do rock nacional.
Se existiram vaias, isso quer dizer que quem entende de música está descontente, e espero que isso reflita nas próximas edições de ambos os prêmios para que não haja as catástrofes que foram as premiações de 2010.
Minha esperança agora é assistir ao Grammy Latino, esse sim irei assistir até o final, porque são pessoas seletas e que entendem do assunto que estarão por trás dos vencedores, e dali saem os melhores.
Eu como compositora, me entristeceria se ganhasse um prêmio Multishow ou um VMB nas condições que esses prêmios foram esse ano, mas ainda espero que os músicos de verdade me surpreendam no Grammy Latino.
Espero ver uma boa premiação e ler boas críticas, afinal é triste fingir que está tudo ótimo, belo e colorido.
Baseado na foto acima eu te pergunto: É na mão desses jovens que votaram no Restart para inúmeros prêmios que está o futuro do país com o poder do voto?
Estamos perdidos ¬.¬'

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Apenas Leia

Durante muitas vezes eu preferi o recolhimento, viver sozinha, isolada em meu mundo e convivendo apenas com as pessoas cujas quais jamais seria possível sobreviver, mas até mesmo com essas pessoas, meu modo de agir e minha convivência com as mesmas era fria, seca, sem muito contato emocional, mais razão que emoção, mas tudo isso mudou, quando eu tive minha primeira grande perda...
Poderia ser mais um início de semana comum, com uma vida comum, mas não era, afinal não havia sequer uma semana que eu havia perdido um grande amigo, e saber que muitas vezes eu perdi a oportunidade de dizer o quanto eu o amava me perturbava, uma depressão totomou conta de mim. Eu assistia TV mas sequer sabia dizer o que estava passando, ou citar o que eu acabara de ver, era triste, era infeliz, era deprimente de se viver e de ver o que estava acontecendo ali.
Aos poucos fui voltando à minha vida normal, com meus amigos, meus afazeres, meus prazeres e meus problemas, fui tocando a vida. Mas ela tinha mudado significativamente, percebi que eu chorava muito e chorava sem motivos, e percebi que as pessoas que nos amam, não querem ver as nossas lágrimas, mesmo que estas já não estejam mais nessa vida. Percebi que amigos dizem sim "Eu Te Amo!", aprendi que assim como existem os namoros escondidos, também existe amizades escondidas, pois apesar de encherem a boca pra dizerem que estamos no século XXI, ainda não encontramos outro nome a não ser preconceito, para o fato de nos afastarem das pessoas que a gente gosta, ama e/ou que precisam da gente, devido a uma condição ou uma opção.
Aprendi que podemos chorar de raiva, e muito, mais até do que por sofrimento, e que temos que nos conter para não transformar em agressão todo o sentimento de raiva e rancor que sentimos, porque a raiva passa, mas o ódio não, e quando vem carregada por marcas, elas vão muito mais além.
Descobri que o mundo realmente é uma ervilha e que vem encolhendo cada vez mais, não só pelos meios de comunicação, mas por tudo aquilo que une e por todas as facilidades de ir não só mais longe, mas ir além.
Aprendi muita coisa desde que nasci, meu aprendizado vem crescendo cada dia mais, cresceu muita após a primeira perda, e olha que eu já tive outras, talvez não tão significativas pra mim, mas talvez para pessoas que significam muito pra mim, é o famoso "vivendo e aprendendo", não paro de conhecer pessoas, não me canso de querer ir mais longe, ir além.
Não reclamo por sofrer, afinal meus maiores aprendizados aconteceram nos momentos de maior sofrimento. Pude chegar a muitas conclusões nesses anos de vida.
Qual a minha idade? Ah, nem cheguei aos vinte, na verdade nem aos dezenove, mas completarei dezenove anos de vida exatamente daqui a um mês. Com o mundo em que vivemos não sei se sobreviverei até completar meus 19, mas sei que aprendi muito, talvez mais até que muita gente que já tenha passado dos 20 ou 30. Não basta querer aprender, tem que saber que está aprendendo a todo o momento, é só perceber.
O que esse texto tem de sentido? Boa pergunta, na verdade nem eu sei! Mas quem sabe você aprenda o sentido de aprender com a vida?




Compositora
Pós-Doutoranda em Aprender
Semi-Analfabeta em Saber