terça-feira, 14 de setembro de 2010

Apenas Leia

Durante muitas vezes eu preferi o recolhimento, viver sozinha, isolada em meu mundo e convivendo apenas com as pessoas cujas quais jamais seria possível sobreviver, mas até mesmo com essas pessoas, meu modo de agir e minha convivência com as mesmas era fria, seca, sem muito contato emocional, mais razão que emoção, mas tudo isso mudou, quando eu tive minha primeira grande perda...
Poderia ser mais um início de semana comum, com uma vida comum, mas não era, afinal não havia sequer uma semana que eu havia perdido um grande amigo, e saber que muitas vezes eu perdi a oportunidade de dizer o quanto eu o amava me perturbava, uma depressão totomou conta de mim. Eu assistia TV mas sequer sabia dizer o que estava passando, ou citar o que eu acabara de ver, era triste, era infeliz, era deprimente de se viver e de ver o que estava acontecendo ali.
Aos poucos fui voltando à minha vida normal, com meus amigos, meus afazeres, meus prazeres e meus problemas, fui tocando a vida. Mas ela tinha mudado significativamente, percebi que eu chorava muito e chorava sem motivos, e percebi que as pessoas que nos amam, não querem ver as nossas lágrimas, mesmo que estas já não estejam mais nessa vida. Percebi que amigos dizem sim "Eu Te Amo!", aprendi que assim como existem os namoros escondidos, também existe amizades escondidas, pois apesar de encherem a boca pra dizerem que estamos no século XXI, ainda não encontramos outro nome a não ser preconceito, para o fato de nos afastarem das pessoas que a gente gosta, ama e/ou que precisam da gente, devido a uma condição ou uma opção.
Aprendi que podemos chorar de raiva, e muito, mais até do que por sofrimento, e que temos que nos conter para não transformar em agressão todo o sentimento de raiva e rancor que sentimos, porque a raiva passa, mas o ódio não, e quando vem carregada por marcas, elas vão muito mais além.
Descobri que o mundo realmente é uma ervilha e que vem encolhendo cada vez mais, não só pelos meios de comunicação, mas por tudo aquilo que une e por todas as facilidades de ir não só mais longe, mas ir além.
Aprendi muita coisa desde que nasci, meu aprendizado vem crescendo cada dia mais, cresceu muita após a primeira perda, e olha que eu já tive outras, talvez não tão significativas pra mim, mas talvez para pessoas que significam muito pra mim, é o famoso "vivendo e aprendendo", não paro de conhecer pessoas, não me canso de querer ir mais longe, ir além.
Não reclamo por sofrer, afinal meus maiores aprendizados aconteceram nos momentos de maior sofrimento. Pude chegar a muitas conclusões nesses anos de vida.
Qual a minha idade? Ah, nem cheguei aos vinte, na verdade nem aos dezenove, mas completarei dezenove anos de vida exatamente daqui a um mês. Com o mundo em que vivemos não sei se sobreviverei até completar meus 19, mas sei que aprendi muito, talvez mais até que muita gente que já tenha passado dos 20 ou 30. Não basta querer aprender, tem que saber que está aprendendo a todo o momento, é só perceber.
O que esse texto tem de sentido? Boa pergunta, na verdade nem eu sei! Mas quem sabe você aprenda o sentido de aprender com a vida?




Compositora
Pós-Doutoranda em Aprender
Semi-Analfabeta em Saber

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