quarta-feira, 4 de maio de 2011

Carta sobre meus conceitos


Bigamia vem de duplo casamento bi = dois, gamia = casamento. Juridicamente, considerado crime contra a família, mesmo que uma das partes não seja casada.
Para todos os lados que se recorrer ao pé da letra, bigamia sempre será motivo de repúdio de quem a pratica.
Meu conceito de bigamia é um pouco mais aprofundado no parâmetro sentimental.
Eu me sinto bígamo.
E não me orgulho disso.
Quem nunca sentiu dúvida entre duas pessoas?
Quem nunca ficou pensativo entre aquela paixão avassaladora que não toma iniciativa, mas demonstra (pelo menos você acha que demonstra) certo interesse, e outro alguém que você nem guarda um sentimento tão profundo, mas colocaria o mundo aos seus pés?
Certo ou duvidoso? Correto ou errado? Razão ou Emoção?
O problema não é quando essas dúvidas existem, mas quando não são encontradas suas respostas.
Eu me sinto bígamo por isso, por minha incapacidade de escolher. Não tenho relações carnais com ambos, não tenho o contato do toque com ambos, mas apenas o fato de esse amor por ambas as pessoas residir em mim, faz com que eu me rotule.
Não há como escolher.
A dúvida “entre a cruz ou a espada” é mais fácil do que a minha.
E por isso vou vivendo nesse meu jeito que eu considero incorreto, apesar de não mais conseguir viver sem ser assim.
Amo duas pessoas diferente de modo igual, sem distinção nem preferência.
Covarde? Safado? Tarado? Sem coração?
Esses são as formas mais singelas que eu posso ser chamado.
Mas só eu entendo o que se passa nesse coração.
E ao contrário do que muitos outros pensam, eu não me divirto por ter duas pessoas, aliás, eu nem sei se tenho.
Eu só queria que os outros pudessem entender a dor que é e o sofrimento que existe.
Não sou assim porque escolhi, mas sim pela minha incapacidade de escolher.
O Bígamo


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