segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Antes do clarão!


A noite era chuvosa, na cama estreita apenas eu e você. Era tarde e o sono com certeza dominava, mas não precisávamos de nada mais além do fato de estarmos dividindo a mesma cama, que estaríamos ali naquela noite eu e você, você e eu.

Dormíamos de mãos dadas, até que você veio me abraçar, e o frio causado pela chuva lá fora se dissipava graças ao calor do teu corpo.

Você dormia intensamente.

Mas ter você ali tão perto, num contato tão gostoso e inocente, tirou meu sono. Eu preferi admirar sua beleza. Você ali, tão frágil, tão inocente, numa beleza singela, onde se admira não só com os olhos, mas com o coração.

Eu era seu ponto de apoio. O seu aconchego. Por mais que os trovões fossem fortes e assustadores, você apenas se ajeitava para ficar mais confortável, mas sem me soltar, sem sair de perto de mim, como que com um receio do frio, como se você precisasse do calor do meu corpo para se sentir em total segurança.

Fiquei com você ali, te vendo dormir.

Você não percebia nada, mas eu acariciava seus cabelos, passava a mão em teu rosto, beijava sua face, suavemente. Não queria lhe acordar, mas queria aproveitar aquele momento em que você estava totalmente sem reação...

De repente um clarão invadiu a janela, seguido de um trovão estrondoso e apavorante, me virei para ver o clarão...

Nisso me deparei com a minha janela, em meus braços um coração de pelúcia.

A chuva era real, mas você ali comigo não.

Acho que sonhei. Não faço isso com freqüência, mas só há essa explicação para o que aconteceu.

Acordei feliz, pois mesmo sendo sonho, por um momento eu senti você do meu lado, assim como eu desejo todos os dias.


Compositora ♫

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