sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O tênis e a sandália debaixo da porta

Baseado em um fato real, que eu agradeço todos os dias por não ter sido comigo.



Era chegado o grande dia, depois de muita insistência, ela enfim ficaria comigo, deixou de lado o trouxa do namorado e sabia que aqui comigo ela encontraria o carinho que ele nunca soube dar.

Marcamos nos shopping num horário pouco movimentado, deixei de lado minhas camisetas largadas e pus uma blusa mais bonitinha, dei uma limpada boa no tênis e segui de encontro a ela.

Encontrei aquela moça toda linda, com uma maquiagem suave e tão feminina que me fazia sentir o mais macho das mulheres. Conversamos um pouco, mas a nossa vontade de ficarmos a sós já era visível, e meu cúmplice caiu na real que era hora de inventar uma desculpa. Ele disse que ia comprar algo, e eu falei que precisava ir ao banheiro, e ela completou dizendo que me acompanharia.

Todos nós três sabíamos que aquelas frases não enganavam ninguém. Entramos no banheiro vazio e ocupamos o Box mais espaçoso, foi difícil conter a vontade de beijá-la, ha quanto tempo eu desejava aquilo, estava tudo muito bom...

O clima foi esquentando, e sem sinais de vida dentro daquele banheiro, as carícias foram ficando mais quentes e intensas, eu sentia que aquela tarde seria rentável e compensatória, foram meses esperando por aquele momento, com aquela pessoa.

- Preciso limpar o chão – disse uma voz do lado de fora.
- Vou demorar – disse a minha linda no susto.

Era uma das faxineiras do shopping, nos assustando e jogando um balde de água fria no nosso momento.

- Mas eu preciso limpar agora, só falta esse banheiro pra eu ir embora.
- Volta daqui a pouco, vou demorar.
- Quem ta aí com você?
- Ninguém!?
- Então eu to enxergando demais, porque eu to vendo um tênis e uma sandália.
- Me ajuda, o quê que eu faço?
– sussurrou ela perguntando pra mim.

Eu estava num estado de choque tão grande que só consegui rir, e rir muito, e sem nenhuma outra idéia melhor, dei a única opção que a gente tinha:

- Vamos sair daqui.

E saímos, eu e a faxineira rindo horrores, enquanto a minha menina tentava justificar em vão.


- Calma meninas, estou acostumada com isso. Vão para o banheiro do piso de baixo, lá o movimento é menor e vocês provavelmente não serão interrompidas.

Aquele comentário nos chocou, mas não disse nada, saí do banheiro rumo ao piso inferior enquanto a faxineira e a minha moça trocavam justificativas e dispensa de desculpas.

Continuamos ficando no outro banheiro, mas o clima criado no piso superior tinha sumido, porque aquela situação tinha literalmente brochado ambas, ela ficou muito nervosa, e eu fico rindo até hoje toda vez que eu lembro.

Depois disso não ficamos mais, mas com certeza foi inesquecível.




Escrito por Compositora ♫

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