quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Mackenzie contra a Lei da Homofobia?

Venho por meio de esta desabafar sobre a minha perplexidade diante desta carta que eu li: http://br.noticias.yahoo.com/s/16112010/48/manchetes-universidade-sao-paulo-irrita-comunidade.html
Uma Universidade respeitada como a Mackenzie, cuja qual tenho amigos que cursam o curso de Direito, que por sinal quer trazer a justiça de forma unânime, e somos obrigados a deparar com essa carta assinada por seu reverendo? Tudo bem que ele tentou preservar o idealismo presbiteriano, mas nenhum ideal, ou liberdade de expressão justifica as inúmeras violências causadas até hoje contra os homossexuais, bissexuais e principalmente contra os transexuais. Quantos são mortos, espancados e moralmente atingidos por diversas pessoas e em algumas vezes essas pessoas são parentes e familiares?
A pessoa ser contra e não aceitar a opção de uma pessoa é uma coisa, outra coisa é afetá-la por causa disso, afinal ser homossexual nada mais é do que amar diferente.
Eu como heterossexual que indiretamente sempre lutei contra a homofobia juntamente com outros amigos heterossexuais que assistimos toda a luta, o sofrimento e inclusive as violências físicas e psicológicas sofridas por amigos homossexuais. Jamais pude sozinha levantar a bandeira contra a homofobia, porque mesmo não sendo homossexual, só por conhecermos e convivermos com pessoas que são, somos taxados também.
Essa carta é uma afronta, a uma luta de anos que não é apenas dos homossexuais, mas também de várias famílias que perderam seus filhos por terem essa opção, e infelizmente foram vítimas de pessoas que se preocupam mais com a opção alheia do que com a própria vida. Uma luta de quem presenciou as marcas da homofobia na pele de quem sofreu violência dentro de casa. Uma luta de quem teve que de casa, de quem teve que sair de sua cidade, de quem teve que se prostituir pra se sustentar, pois não encontrou ajuda de ninguém.
A aprovação dessa lei é uma vitória sem tamanho, aonde poderemos sair do tempo das cavernas aonde ser diferente era motivo de sangue, morte, sacrifício.
Ao senhor reverendo da Mackenzie não guardo rancores, mas me surpreende sua atitude. Afinal o senhor deve ser contra os homossexuais, mas espero que não cometa nenhum crime e nem sequer seja a favor dos que façam. E rezo pra que o senhor não tenha um filho ou filha homossexual e que muito menos ele seja agredido ou até morto por essa opção, pois tenho a mais absoluta certeza que se isso acontecesse sua posição seria diferente, e talvez o senhor não tenha pensado nessa possibilidade antes de escrito tal carta.


Compositora ♫

2 comentários:

  1. Sinceramente chocada e abalada. Não tenho nem palavras para expressar a frustração que sinto ao saber que um homem com um poder tão grande diante dos jovens tenha uma opinião como essa.
    Assim como você Compositora, eu também espero que o ilustríssimo Dr. Augustus Nicodemos não tenha nenhum filho ou filha homossexual, porque certamente o filho ou a filha sofreria muito. Espero também que os estudantes da Mackenzie não tomem a opinião de seu Chanceler como guia de seus atos.

    Apesar de tudo, eu ainda tenho fé em dias melhores.

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  2. E por isso postei aqui, essa notícia absurda e adicionando minha indignação.
    E espero de coração que os meus amigos que estudam lá não compartilhem dessa idéia.
    E quem sabe fazendo esse exame de consciência o Dr. Augustus mude seu modo de pensar sobre essa lei que é o sonho de muitos, e a luta de muitos outros mais.

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